Sampaio quer explicações de Dilma, devolução de dinheiro e punição
Brasília (DF) – O líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), protocolou nesta terça (28) representação na Procuradoria Geral da República (PGR) solicitando a abertura de investigação contra a presidente Dilma Rousseff por suposta prática de improbidade e eventual crime contra a administração pública. Na ação, o tucano questiona a passagem de Dilma e sua comitiva por Lisboa, em Portugal, quando se hospedaram em hotéis de luxo, gastando R$ 71 mil em diárias, além de parte da equipe ter jantado em um restaurante cujo cardápio básico custa 89 euros.
Sampaio também solicitou investigação por parte da Comissão de Ética contra Dilma e assessores por virtual infração ao Código de Conduta da Alta Administração Federal. Segundo ele, no retorno das atividades legislativas, na próxima semana, será protocolado um requerimento de convocação do ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, para que esclareça sobre o pagamento das contas do restaurante e das diárias em Lisboa.
“Vamos pedir que ele apresente os comprovantes de pagamentos das diárias e do jantar e dos vinhos. Queremos ter a certeza de que os gastos não foram pagos com o cartão corporativo, cuja fatura é bancada pelos brasileiros”, afirmou.
A ação envolve também os ministros Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio), Luiz Figueiredo Machado (Relações Exteriores), Helena Chagas (Secretaria de Comunicação), José Elito Siqueira (Gabinete de Segurança Institucional), Juniti Saito (comandante da Aeronáutica) e Marco Aurélio Garcia (assessor especial para Assuntos Internacionais).
Ostentação
“A presidente da República não apenas fez uma escala injustificada em Lisboa, mas deliberou por transformar essa escala ociosa em uma alucinante cena de ostentação supérflua custeada pelo patrimônio público brasileiro”, afirmou o líder na ação.
Segundo Sampaio, a opção pela estada da presidente no Hotel Ritz, cuja diária é estimada em R$ 26,7 mil, fere o interesse público, pois há uma Embaixada do Brasil em Lisboa.
O líder apontou ainda as contradições entre a versão do governo, que diz que a estadia ocorreu em virtude das condições meteorológicas e, portanto, não era prevista, e os fatos divulgados pelo jornal O Estado de S. Paulo, de que a parada da comitiva em Lisboa e as reservas no restaurante Eleven, um dos mais caros da capital portuguesa, foram comunicadas na quinta-feira (23).
Violações
Segundo Sampaio, as informações desencontradas violam os deveres de publicidade, honestidade e lealdade, o que também configura ato de improbidade. De acordo com ele, os ministros podem ter mentido para acobertar a presidente Dilma.
“Além da gastança da presidente Dilma e de sua comitiva com dinheiro público, o que já é absurdo e imoral, ainda são pegos na mentira. É um total desrespeito com os brasileiros. O que podemos esperar de um governo como esse – que se aproveita das benesses oferecidas pelos cargos e mente para o país?”, reagiu o líder.
Em seguida, o líder acrescentou que: “Se aos ministros de Estado e demais autoridades da cúpula do Poder Executivo Federal o Código de Conduta da Alta Administração Federal impõe uma atuação pautada pela probidade e pela ética, ao Presidente da República, o supremo mandatário da União Federal, deve se exigir, com mais razão, uma atuação exemplar, eticamente irrepreensível”.
Com informações do Portal do PSDB da Câmara