“Imagina na Copa” – novo bordão dos brasileiros
A um ano e quatro meses da Copa do Mundo de 2014, a gestão petista tem que administrar inúmeros problemas na execução das obras de infraestrutura para o evento.

Brasília – A um ano e quatro meses da Copa do Mundo de 2014, a gestão petista tem que administrar inúmeros problemas na execução das obras de infraestrutura para o evento.
Segundo levantamento do jornal O Estado de São Paulo, de 82 projetos incluídos no documento chamado Matriz de Responsabilidades, somente três permanecem inalterados quanto ao cronograma e orçamento.
Entre esses empreendimentos, 21 foram retirados do compromisso, 25 tiveram alterações no orçamento e 33 sofreram mudanças nos prazos de conclusão.
Desde que o Brasil foi escolhido como país sede da Copa, foram incluídas outras 28 obras de mobilidade urbana dentro do projeto, das quais apenas sete já foram concluídas.
A construção e reformas de aeroportos, nas 12 capitais brasileiras que sediarão jogos da Copa, também caminham a passos lentos.
Estima-se que a Infraero tenha investido apenas 39,1% do esperado para o setor.
Na tentativa de contornar os atrasos nas obras de infraestrutura exigidas pela Fifa, o governo petista acabou se rendendo, com atraso, à era das privatizações que tanto criticou nos oito anos do governo de Fernando Henrique Cardoso.
Mas até agora privatizações mais importantes, como as dos aeroportos do Galeão (RJ) e Confins (MG), ainda não saíram do papel por conta da falta de tempo hábil para a elaboração de edital e questionamentos do Tribunal de Contas da União (TCU).
Os atrasos nas reformas e construção de estádios já ameaçam a realização da Copa das Confederações, em junho. O prazo de entrega das obras do Maracanã, por exemplo, já foi estendido duas vezes, com a data-limite fixada pela Fifa em 15 de abril.
Em Brasília, o Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) detectou gastos “fora do padrão”, que teriam sido frutos de desvios, cobranças duplas, alterações no projeto, que já somam R$ 212 milhões.
O custo estimado de construção do Estádio Nacional de Brasília já está em R$ 1,5 bilhão, o mais caro dentre as 12 sedes.
Os tropeços do governo petista na preparação do Brasil para sediar a Copa de 2014 levaram o secretário-geral da Fifa, Jerome Valcke, a fazer críticas públicas ao país.
Em entrevista na Inglaterra, em março do ano passado, Valcke causou polêmica e foi alvo de protestos ao declarar que o Brasil merecia um “chute no traseiro”.