Governo Temer suspende o repasse de recursos a blogs pró-PT

Imprensa - 29/09/2016

BB_Michel-Temer-coletiva-imprensa-Nova-Iorque_00109212016Brasília (DF) – A chegada do presidente Michel Temer ao governo federal marcou a suspensão do repasse de recursos públicos a sites e blogs pró-PT que defendiam abertamente o governo da ex-presidente Dilma Rousseff, julgada inepta para governar pelo Congresso Nacional por ter cometido crime de responsabilidade. Segundo levantamento feito pelo jornal Folha de S. Paulo na Secretaria de Comunicação da Presidência e em quatro estatais – Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e BNDES – poucos pagamentos foram feitos em junho deste ano.

Após ser feito um pente-fino nos gastos do governo federal com publicidade, nenhum dos 13 sites listados pela reportagem da Folha recebeu recursos, de acordo com a Secom e as estatais. Para se ter uma ideia do tamanho da economia, de janeiro a dezembro de 2015, o conjunto desses sites e blogs recebeu R$ 5,1 milhões. Entre janeiro e junho deste ano, o valor foi de R$ 1,54 milhão.

A explicação dada pelo governo Temer é a de que “o dinheiro destinado à publicidade não deve financiar opinião, mas sim produtos jornalísticos de interesse público”.

O deputado federal Fábio Sousa (PSDB-GO) defendeu que deve haver critérios na hora de repassar dinheiro público para veículos de comunicação. “Não pode ser um blog única e exclusivamente partidário. Ele precisa, para ter acesso a recursos públicos, ser um blog ou um site, ou qualquer outro meio de comunicação, que realmente alcance a todos, que seja apartidário, que seja abrangente. Se for algo exclusivo, não funciona”, disse.

O tucano rebateu o discurso empregado por alguns integrantes desses blogs, que desde que tiveram suas verbas cortadas, iniciaram um ataque ao governo Temer, alegando “censura política” e o “cerceamento da mídia alternativa no Brasil”.

“Não é questão de censurar, de acabar com a opinião, é só que tem que haver critério. Qual é o alcance desses blogs, desses sites? Sobre o que eles falam? Não pode também ser chapa branca, e não defendo isso em hipótese alguma, mas tem que ser um site apartidário, que traga informações e que alcance as pessoas. Não pode ter um blog que alcança, em um universo de Brasil, três mil acessos. Isso é um absurdo. Se o governo vai investir, tem que ser algo que realmente seja abrangente”, destacou.

Repasses

Na lista da Folha de S. Paulo estão o Blog do Luís Nassif, que recebeu R$ 746 mil em 2015, o Brasil 247, com R$ 732 mil, o Conversa Afiada, do jornalista Paulo Henrique Amorim, que recebeu R$ 333 mil, e o Diário do Centro do Mundo, com R$ 194 mil. Os valores totais podem ser ainda maiores, já que a Petrobras e a Caixa não forneceram os números divididos por sites, apenas o montante total.

Só o Banco do Brasil, por exemplo, pagou R$ 500 mil ao Blog do Nassif em 2015, e R$ 113 mil de janeiro a maio deste ano. Para o Brasil 247, foram R$ 491 mil no ano passado, e mais R$ 120 mil nos cinco primeiros meses de 2016. O Conversa Afiada recebeu R$ 199 mil em 2015 e R$ 44 mil neste ano. O BB não faz mais pagamentos desde maio.

“Essa verba da publicidade do governo tem que ser gasta de forma a informar, não abastecer veículos partidários, única e exclusivamente pró ou contra o governo. O critério maior é o alcance. Se fala bem ou fala mal, é um quesito que deve ficar em segundo plano”, completou o deputado Fábio Sousa.

Os 13 sites levantados pela Folha de S. Paulo que deixaram de receber recursos do governo federal são: Brasil 247, Carta Maior, Conversa Afiada, Diário do Centro do Mundo, Site Jornal GGN (Blog do Luís Nassif), Portal Fórum, Opera Mundi, Brasil Econômico, O Cafezinho, Portal Fórum, Sidney Rezende, Viomundo e Brasil de Fato.

Leia AQUI a íntegra da reportagem do jornal Folha de S. Paulo.

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29/09/2016