Corrupção: o mar de lama do PT

O resultado do julgamento do mensalão, proferido pelo Supremo Tribunal Federal no ano passado, não deixa dúvidas de que o maior escândalo de corrupção da história política brasileira foi arquitetado e executado por lideranças do Partido dos Trabalhadores.

Acompanhe - 20/02/2013
Antonio Palocci envolveu-se em escândalos durante os governos Lula e Dilma
Antonio Palocci envolveu-se em escândalos durante os governos Lula e Dilma

Brasília – O resultado do julgamento do mensalão, proferido pelo Supremo Tribunal Federal no ano passado, não deixa dúvidas de que o maior escândalo de corrupção da história política brasileira foi arquitetado e executado por lideranças do Partido dos Trabalhadores.

O STF condenou 25 réus envolvidos no esquema de corrupção. Entre eles, ex-dirigentes petistas como o ex-ministro José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino e o ex-tesoureiro Delúbio Soares, além do ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha.

O esquema de compra de apoio ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva veio à tona em maio de 2005. Sem pouca disposição para debater seus projetos, o PT achou que seria mais fácil pagar pelos votos que precisava.

A revelação do esquema do mensalão não parece ter intimidado o PT e nem mesmo parte de seus aliados.

De 2005 para cá, as denúncias de corrupção envolvendo ministros e graduados funcionários do governo do PT só aumentam. E volta e meia o partido ainda tenta reabilitar personagens que foram obrigados a entregar seus cargos sob forte constrangimento e suspeitas, como o ex-ministro Antonio Palocci.

Mesmo após ter sido obrigado a se demitir no posto de Ministro da Fazenda do governo Lula, após a confirmação da quebra dos sigilos bancários e fiscal de um caseiro que havia confirmado sua participação em reuniões suspeitas da chamada “República de Ribeirão Preto”, Palocci foi convidado para ser um dos coordenadores da campanha de Dilma Rousseff.

Poucos meses após sua nomeação para a Casa Civil por Dilma Rosseff, Palocci novamente se enrolou por não ter conseguido prestar esclarecimentos sobre os ganhos milionários que teve como consultor entre sua saída do Ministério da Fazenda e a campanha presidencial de 2010.

Palocci, então, deixou o cargo em meio a denúncias de enriquecimento ilícito e tráfico de influência, sem explicar como sua empresa de consultoria conseguiu ampliar seu patrimônio em 20 vezes em quatro anos.

Ele foi o primeiro dos seis ministros que deixaram o governo Dilma em meio a suspeitas de corrupção.

Dilma ainda tentou passar para a opinião pública a imagem de que estaria fazendo uma faxina no governo herdado por seu antecessor, como se não tivesse participado dele.

Mas os brasileiros não esquecem que Erenice Guerra, que sucedeu Dilma na Casa Civil e teve o nome indicado por ela própria, pediu demissão do cargo depois que a revista Veja publicou matéria denunciando que ela fazia parte de esquema intermediado pelo seu filho, Israel Guerra, e teria ajudado uma empresa do setor aéreo a fechar contrato em termos favorecidos com os Correios.

E o que dizer então da revelação da participação da ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Noronha, no esquema de venda de pareceres que derrubou também o adjunto de Luiz Adams, advogado-geral da União?

Mas a máscara de Dilma como faxineira caiu por terra definitivamente após a renúncia de Sepúlveda Pertence da presidência da Comissão de Ética da Presidência da República, após perceber a contrariedade da presidente diante da possibilidade do seu amigo Fernando Pimentel ser investigado também por conta de consultorias prestadas entre o período em que ele deixou a prefeitura de Belo Horizonte e sua nomeação como ministro do Desenvolvimento.

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20/02/2013